A
abertura da 5ª edição do Encontro Paraibano de Geografia aconteceu na noite
dessa segunda (29) às 19h no Centro de Extensão José Farias da Nóbrega na UFCG
e contou com a presença de estudantes, professores e pesquisadores da área.
Dividida
em quatro momentos, a primeira noite de evento contou com a apresentação do
Coral Coro em Canto da UFCG seguida da cerimônia de abertura que dispôs de
representantes do Centro de Humanidades, das coordenadorias de curso
(UEPB/UFCG), dos centros acadêmicos e da associação de geógrafos brasileiros
(seção João Pessoa).
Logo
em seguida, aconteceu a execução do Hino Nacional e uma homenagem à professora
Emília de Rodat pela contribuição na produção geográfica no estado da Paraíba,
e que relatou para o público presente sua formação acadêmica e experiência
profissional.
O
quarto e último momento ficou por conta do Prof. Ruy Moreira (UFF) que proferiu
a conferência de abertura sobre Geografia,
Interdisciplinaridade e Saberes Múltiplos, que começou por volta das 20h40.
Ele salientou que a interdisciplinaridade e os saberes múltiplos sempre
estiveram presentes nas discussões, e foram seguindo as peculiaridades de cada
autor.
Citando
exemplos assim, lembrou-se de Josué de Castro em Geografia da Fome, que aborda
relações da geografia física e humana na abordagem do problema fome. Manuel
Correia de Andrade, Milton Santos e Geiger com formações interdisciplinares.
Ab’Saber que dialogava com várias ciências organizadas organicamente como
encontrada na Teoria do Refúgio, que segundo o professor possui relação direta
com o Reduto, aonde paisagens biogeográficas interferem nas paisagens
geomorfológicas. E, Carlos Augusto que através do SCU (Sistema Clima Urbano)
defende que a cidade não só cria, mas, recria seu clima, criando o clima urbano.
“Desde
sempre o que tivemos na geografia foi uma relação interdisciplinar, o que está
acontecendo é um esquecimento disso” enfatizou Ruy ao mencionar a fragmentação
cada vez mais presente nas formações acadêmicas e que de acordo com o professor
“não era para existir”. Segundo ele, a interdisciplinaridade ocorre de duas
maneiras: para dentro – com conexões pelos múltiplos saberes dentro da própria
ciência – e para fora quando é externada sua contribuição como conhecimento
para a sociedade.
Ruy
Moreira ainda pautou que a geografia é uma arma, e como tal, necessita dá um
salto de qualidade no que diz respeito ao conhecimento (da realidade) e a
(planejamento para) transformação. Até porque a própria vida é prática espacial
e como afirmação dele “as práticas espaciais se traduzem em saberes espaciais”.
Os
estudantes enfatizam a importância na participação do EPAGEO. Como é o caso de
Lázaro Avelino da UFCG que diz “além de aprofundar nosso conhecimento
geográfico o evento traz o que há de melhor para nossa formação”, e das
estudantes de geografia Daiane e Thaís da Universidade Santa Cruz em Ilhéus-BA
que enfatizam “além de estarmos muitos felizes por estarmos aqui, ficamos
surpresas com a participação efetiva dos alunos na produção do evento e
satisfeitas com a integração nas discussões da Geografia”.
O V
EPAGEO segue com as atividades até o dia 01 de novembro e estima-se mais de 400 pessoas participando do encontro.